Westworld
é a nova série da HBO que apareceu como a provável substituta de
Game of Thrones. É um thriller que mistura ação no estilo western
e ficção científica baseada no filme homônimo de 1973 escrito e
dirigido pelo escritor americano Michael Crichton.
A
princípio eu fiquei com pé atrás, pois não gosto da temática de
velho oeste, poucas obras do gênero me agradam. Outra coisa que me
incomodou foi o hype em torno da série, com apenas um
episódio já diziam que era a sucessora de GoT. Pensei até em
publicar algo sobre isso aqui no blog, mas acabei deixando para lá.
Confesso que hoje eu acho a série excelente e digna de ser o
carro-chefe da HBO nos anos futuros, mas não teria queimado a
língua, pois a minha ideia do post anterior seria falar para
esperar mais episódios antes de garantir o sucesso total.
Mas
vamos por partes. Resolvi assistir o primeiro episódio ao saber que
o foco narrativo é maior no quesito ficção científica do que na
pegada bang-bang. Westworld é o nome de um parque temático criado
pelo Dr. Robert Ford (Anthony Hopkins), onde os visitantes podem
viver como no velho oeste americano com direito a sexo, violência e
muita bebida no bom e velho jeito HBO de fazer séries.
Também
levei em consideração o fato do Jonathan Nolan, irmão do
Christopher Nolan, ser um dos criadores da série. Sou fã de
carteirinha do Nolan como diretor e sei que o irmão sempre trabalha
junto criando os roteiros, então era de se prever que o enredo seria
bom. Valeu a pena cair de cabeça na série. O pequeno problema é
que a previsão da segunda temporada é somente para 2018.
O
mais interessante do parque é a sua imersão, já que a atração
principal são robôs, chamados de anfitriões, que se parecem muito
com humanos e levam os visitantes para aventuras realistas que não
acarretam risco. Isso porque uma pessoa pode fazer o que quiser com
um dos anfitriões, mas esses não podem ferir ou matar os
convidados. Pelo menos não podem machucar ninguém nos limites das
cidades.
A
exceção à regra de jamais poder machucar um humano nos é
apresentada pelo ator Ed Harris que interpreta um pistoleiro veterano
que conhece todos os segredos do parque. Através dele, aprendemos
que ao se afastar da cidade e se aprofundar nas atrações de
Westworld, um humano pode ser ferido por um hospedeiro. Outro
mistério que conhecemos através do arco desse personagem é o
“Labirinto”, uma parte do jogo em que os anfitriões seriam tão
livres e conscientes que poderiam matar um ser humano se quisessem.
Esse é o grande desejo do pistoleiro, ter uma aventura no parque em
que possa correr risco de morte.
Outra
parte fascinante da trama debate sobre a realidade dos anfitriões e
a possibilidade deles evoluírem e atingirem a autoconsciência. A
princípio os robôs deveriam somente emular emoções humanas e
entreter os visitantes. Eles ficam presos em narrativas repetitivas,
como num videogame, os robôs podem improvisar, mas não podem se
afastar completamente de um roteiro preestabelecido. No entanto,
alguns deles demonstram um mal funcionamento e passam a desconfiar
que estejam vivendo uma mentira. Como é o caso de uma das
personagens principais, Dolores Abernathy (Evan Rachel Wood), que
logo no primeiro episódio começa a ter lembranças de narrativas
anteriores e acaba saindo do roteiro.
A
série é excelente, possui diversos personagens cativantes
interpretados por excelentes atores. O post ficaria gigantesco se falássemos de todos eles e acredito que estragaria a experiência de se conhecer o mundo pouco a pouco como ocorre nos episódios. Garanto que o mistério se expande e
acompanhamos debates sobre a mente humana e inteligência artificial.
Acabamos nos compadecendo dos anfitriões que sofrem abusos,
assistimos brigas corporativas, aprofundamento de relações afetivas
e somos brindados com reviravoltas de tirar o fôlego.
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