segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Concursos Literários e Prêmio Kindle 2016


Este ano eu já participei de três concursos literários e depois de tanta repercussão do resultado dos pré-selecionados no Prêmio Kindle eu resolvi opinar sobre tudo isso.

Falarei um pouco da minha experiência primeiro. Escrevo para mim mesmo desde 2002, seja em extintos blogs que já tive ou contribuindo como colaborador para outros. Só que apenas no início de 2016 eu tive coragem de assumir para todo mundo que quero ser escritor e procurei por possibilidades de publicar o meu primeiro livro que fora escrito em 2013.

Ainda que eu tenha pouco tempo de estrada em concursos literários, já participei de muita competição por aí, principalmente em concursos públicos. Inclusive sou servidor efetivo desde o final de 2007.

Vamos ao que interessa. Como havia dito anteriormente, já me inscrevi em três concursos este ano, um deles o Prêmio Kindle e não ganhei nenhum deles, mas não me arrependo de ter participado. Desde que resolvi investir na carreira de escritor eu tenho procurado por possibilidades de ganhar visibilidade e evoluir na escrita. Continuo achando que concursos são ótimas oportunidades para tal.

Não serei demagogo, óbvio que gostaria de ter vencido todos os concursos que participei, mas a verdade é que me dispus a fazê-los por outros motivos. Escrever um livro é somente a primeira etapa para se tornar um autor, publicá-lo vem logo em seguida, mas para se firmar no mercado literário precisamos de leitores. Não podemos ser ingênuos e pensar que é só publicar que os leitores aparecem. O mercado é acirrado e se queremos leitores, devemos conquistá-los. Para isso precisamos ser lidos e que os leitores gostem do que leram. Esses são meus dois objetivos ao participar de concursos, conseguir leitores e agradá-los.

Escrita é uma arte e, como tal, requer técnica e treino. A cada concurso que fazemos, temos um novo desafio e se nos dedicamos a ele, aprendemos e evoluímos mais. Fora que sendo lidos, podemos conquistar cada vez mais leitores. Vencer é bom, claro que é, mas perder faz parte. Aprendam isso e lidem com as falhas da melhor forma possível: corrigindo-as.

Sempre que entro numa nova área eu tento compará-la com experiências parecidas que já tive, por isso venho analisando os concursos literários da mesma forma que fazia com vestibular e concurso público. Veja bem, em 2002 e 2003 eu fiz cursinho e tentei vestibular em Federal, não consegui passar. 2004 eu fui correr atrás de cursos profissionalizantes e também comecei a fazer concursos públicos. Acabou que em 2005 eu fiz meu primeiro Enem (na minha época as coisas eram diferentes, quase nenhuma faculdade federal o usava) e tive excelentes notas, era um sistema de pontuação diferente, só lembro que consegui uns 82% na prova e 84% na redação e com essa nota pude fazer faculdade pelo Prouni. A mesma coisa ocorreu com Concurso Público, comecei em 2004 e só tomei pau, 2005 fiquei em excedente e 2006 e 2007 comecei a passar em concursos estaduais e municipais.

Disse isso pelo seguinte: é errando que se aprende. Levei tempo para me firmar nos estudos e conseguir passar em provas, acredito que na literatura não seja tão diferente assim. A primeira coisa que devemos saber ao resolver participar de um Concurso Literário é que as chances de perder são maiores que as de ganhar. Tem muita gente talentosa por aí e por mais que muitos pensem o contrário, escrever bem não é só talento, é treino e dedicação. Então, não desista de concursos ou de escrever caso não tenha alcançado os objetivos iniciais. Pare, converse com amigos mais experientes, veja onde pode melhorar o seu texto e continue escrevendo e participando. Eu continuarei, ainda tem uma seleção de contos para uma antologia que eu devo me inscrever até o final do ano. Quem sabe não tenhamos novidades positivas para 2017.


Prêmio Kindle 2016.

Este foi o maior concurso que eu já participei e o que mais me dediquei. Como a comunidade literária foi chacoalhada pelo resultado do último sábado, falarei abertamente.

Participei do Prêmio para experimentar a plataforma de publicação da Amazon e, novamente, obter alguma divulgação e mais leitores. Gostei muito de utilizar o KDP, ainda quero publicar o Resquícios de Nós Mesmos por uma editora, mas não me arrependo em nada de ter colocado na Amazon antes.

Fiquei sabendo das inscrições em agosto, ainda estava terminando o primeiro manuscrito do Resquícios e quis aproveitá-lo no concurso. Passei setembro fazendo revisão crítica, outubro em revisão ortográfica e ainda tive que me virar para diagramar e publicar dentro do prazo que se encerrou em novembro. Foi tudo muito corrido e valeu a pena.

Acabei aprendendo ainda mais sobre o processo de edição de um livro, já tinha feito isso com O Grupo, mas dentro de uma editora a minha responsabilidade era menor, fazendo por conta própria, acabei resolvendo tudo. Novamente, evoluí como autor.

Óbvio que um prêmio de 20 mil reais e a publicação do livro por uma editora tradicional era o meu maior objetivo, mas ter participado foi muito produtivo. Vendi vários e-books, tive bastante leitura e acredito que agradei a grande maioria. Sendo assim, dei mais um passo adiante na carreira.

Muito se falou sobre ter cartas marcadas no concurso, ou que nem teriam lido todos os livros. Eu não acho que isso tenha ocorrido. A inscrição no Prêmio kindle era gratuita, por que fazer uma seleção de cartas marcadas sendo que a editora poderia conversar diretamente com um dos autores e publicá-lo? A Amazon está há muitos anos no Brasil, tem mais tempo ainda de mercado no exterior e não precisa de eventos fraudulentos. Não duvido da lisura do prêmio. Parabéns aos pré selecionados e pronto.

Vejo muito autor querendo viver de escrever e comercializar livros, mas muitos deles não agem de forma profissional. Perder faz parte, veja onde pode melhorar e deixe a Amazon e os vencedores em paz. Ficar usando as redes sociais para desmerecer o trabalho alheio é mesquinhez, antiético e faz mal à imagem de quem fala e não dos vitoriosos.

Se tem uma coisa que aprendi com vestibulares e concursos é que conhecimento e estudo são cumulativos, quanto mais tempo nos dedicamos a eles, melhores ficamos. Escrita é a mesma coisa. Quanto mais lermos e escrevermos, melhores nos tornaremos. Vamos continuar escrevendo e evoluindo, novamente, parabéns aos vencedores. Eu não ficarei reclamando da vitória de vocês, mais provável que eu leia alguma das obras e veja onde vocês acertaram e eu não. Assim posso melhorar mais um pouco.


Para finalizar, o importante é conquistar leitores, prêmios são bem-vindos, mas o que nos fará ter sucesso na carreira literária é criar uma boa base de leitores. Seja educado, ético, estude, se desenvolva e use as redes sociais para criar uma rede de amigos que os ajude a divulgar e ser lido. Não fique de picuinha e não queime o seu filme. Pode ter certeza que ficar depredando editoras e escritores não contribuirá em nada para uma carreira literária de sucesso.

2 comentários:

  1. O que um autor "deveria" querer, é ser lido.
    Não importa como, ele quer ser lido.

    Esses que ficam de picuinha, de mimimi, de disse me disse, não são autores, não são escritores, só são seres chatos e imprestáveis, fracassados e incompetentes.

    Desculpe o desabafo.

    Mas ando estressada com esses chatos.

    A culpa nunca é do autor, é sempre da editora, de quem selecionou, de não sei mais o quê... Pelamor!!!

    Humildade é muito importante não só para autores, mas para todos; para a vida.

    Perder não é legal, mas participar é. Sempre. Fazer amigos novos, ser lido e elogiado por ter participado. Ter sua moral levantada por novos leitores... isso tudo é muito bom!

    A vida é assim. Vamos tirar o melhor dela.

    Adorei o texto. Você é um autor que vai crescer muito no mercado. Tenho certeza disso. E espero que não esqueça os pobres que estão na torcida hehehehe.

    Bjkissssssss

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  2. Adorei o comentário, desculpe a demora a responder, ando meio ausente da net e não tinha visto a notificação no e-mail.
    Concordo com tudo que disse e pode desabafar à vontade.
    Bjão

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